O Instituto Alemão de Lisboa, em colaboração com os Institutos de Madrid e Barcelona, lançou o desafio a alunos de alemão de escolas da Península Ibérica, para participarem num festival online de poesia no dia 21 de maio, no qual teriam que apresentar um poema alemão de forma criativa. Alguns alunos das classes de alemão da professora Isabel Brandão aderiram a este desafio e daí surgiram 3 apresentações.
“Die Bücherverbrennung” (“A queima dos livros”)
A Marta Nabais Leite, aluna do 3.º ano de alemão do regime supletivo, realizou uma curta-metragem do poema "Die Bücherverbrennung" de Bertold Brecht, tendo utilizado excertos de filmes, discursos históricos e frases de vários escritores. Um pequeno contexto histórico do poema e da situação pela aluna: “A 10 de maio de 1933, em Berlim e noutras cidades universitárias alemãs, estudantes associados ao partido nazi, por ordem do mesmo, juntaram e queimaram publicamente livros de pelo menos 41 autores, de livros "não-alemães e inapropriados", desde língua alemã a inglesa, passando pela francesa e ainda russa. Em Berlim, aconteceu na Bebelplatz (antiga Opernplatz). Neste dia, a meteorologia não permitiu fazer fogueiras em todas as cidades e algumas das queimas de livros prolongaram-se até ao verão do mesmo ano.
Após lhe terem feito uma busca à casa na sua ausência e ele ter fugido, Oskar Maria Graf percebeu que estava na lista dos escritores pró-regime, e não na lista dos "queimados". A 12 de maio de 1933, no Arbeiter Zeitung (Jornal dos Trabalhadores), foi publicado o protesto "Verbrennt mich!" ("Queimem-me!"), da sua autoria: tinha sempre sido contra o regime e inclusivamente era perseguido e, no entanto, trataram-no neste contexto como sendo a favor do regime. "Em vão pergunto, o que fiz eu para merecer esta vergonha?" Em 1939, Bertolt Brecht, um dos autores queimados em 1933, escreveu o poema "Die Bücherverbrennung", sobre as queimas de livros, presumo eu que, referindo-se à situação de Oskar Maria Graf.
Decidi fazer este vídeo, com base neste poema, porque acho muito importante nos dias de hoje que não deixemos que se volte a repetir algo assim e para que a memória não se apague. Um especial obrigado à professora Isabel Brandão pelo apoio e pela ajuda durante o processo com a pronúncia e tradução.”
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