Divulgação das obras selecionadas para a 2ª fase do CNL
Fase Municipal - 28 fevereiro 2023
- Prova Escrita à distância I 09h30 -Biblioteca da Escola
- Prova Oral no Auditório da Biblioteca Municipal Almeida Garrett I 14h30
27 de Janeiro - Dia Internacional em Memórias das Vítimas do Holocausto
O Governo português assinala hoje o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto
"Há precisamente 78 anos, no dia 27 de janeiro de 1945, os Aliados libertaram o campo de concentração de Auschwitz-Bikernau, símbolo máximo da barbárie e da desumanidade Nazi.
Hoje, quando se comemora o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, o Governo de Portugal junta-se a todos aqueles que escolhem não esquecer.
Recordar este período negro da História da Humanidade é um dever de todos. Assegurar que não se repete é uma obrigação comum. Tanto maior quanto à nossa volta vemos surgirem manifestações de racismo, de xenofobia e de antissemitismo que questionam os valores da tolerância, da não discriminação, do respeito mútuo e da diversidade que devem caracterizar as nossas identidades nacional, europeia e universal.
Evocamos, sem exceção, todas as vítimas do Holocausto, os judeus, os ciganos, os homossexuais, os opositores políticos, os doentes incuráveis e as pessoas com deficiência. Mas também celebramos a coragem daqueles que escolheram fazer o que estava certo, independentemente das consequências. Aristides de Sousa Mendes, Alberto Teixeira Branquinho ou Carlos Sampaio Garrido, insignes diplomatas portugueses e exemplos de altruísmo que não podem ser esquecidos, nem tampouco o Padre Joaquim Carreira, cujo labor em prol das vítimas da perseguição Nazi levou ao seu recente reconhecimento como 'Justo entre as Nações'.
Enquanto membro observador na Aliança Internacional para a Memória do Holocausto, Portugal reitera o seu compromisso de manter viva a memória do Holocausto e de continuar a educar as gerações futuras sobre este tenebroso período da nossa História. O seu ensino é fundamental para não se esquecer nem se menosprezarem os perigos que advêm do ódio, da discriminação, do racismo, da xenofobia, do antissemitismo e da intolerância. Estes fenómenos inaceitáveis têm de ser combatidos, sem tréguas, para que se garanta o respeito pelos direitos humanos, a tolerância e a defesa intransigente da dignidade de todos os seres humanos."
Autor do Mês - Eugénio de Andrade
Biografia de Eugénio de Andrade
A 19 de janeiro de 1923, nasce, na Póvoa de Atalaia (Fundão), o poeta português Eugénio de Andrade, pseudónimo de José Fontinhas.
Devido à separação dos pais, muda-se para Lisboa, onde frequenta o Liceu Passos Manuel e a Escola Técnica Machado de Castro.
Em 1936 escreve os seus primeiros poemas e em 1940 publica, ainda com o seu nome verdadeiro, a sua primeira obra: Narciso.
Em 1943 muda-se para Coimbra. Nesta cidade, convive com Miguel Torga e Eduardo Lourenço, que o incentivam a continuar a escrever.
A 19 de janeiro de 1923, nasce, na Póvoa de Atalaia (Fundão), o poeta português Eugénio de Andrade, pseudónimo de José Fontinhas.
Devido à separação dos pais, muda-se para Lisboa, onde frequenta o Liceu Passos Manuel e a Escola Técnica Machado de Castro.
Em 1936 escreve os seus primeiros poemas e em 1940 publica, ainda com o seu nome verdadeiro, a sua primeira obra: Narciso.
Em 1943 muda-se para Coimbra. Nesta cidade, convive com Miguel Torga e Eduardo Lourenço, que o incentivam a continuar a escrever.
Carreira
Em 1947 inicia uma carreira de 35 anos como funcionário público, desempenhando funções de Inspetor Administrativo do Ministério da Saúde. Em 1959, no âmbito da sua carreira, muda-se para a cidade do Porto, onde viveria as restantes décadas da sua vida.
Em paralelo com a sua vida profissional, que certamente lhe ocuparia muitas horas, consegue escrever inúmeras obras poéticas e alguma prosa, convivendo em simultâneo com personalidades do mundo da cultura, embora retraindo-se sempre a aparecer em grandes eventos sociais.
Em 1947 inicia uma carreira de 35 anos como funcionário público, desempenhando funções de Inspetor Administrativo do Ministério da Saúde. Em 1959, no âmbito da sua carreira, muda-se para a cidade do Porto, onde viveria as restantes décadas da sua vida.
Em paralelo com a sua vida profissional, que certamente lhe ocuparia muitas horas, consegue escrever inúmeras obras poéticas e alguma prosa, convivendo em simultâneo com personalidades do mundo da cultura, embora retraindo-se sempre a aparecer em grandes eventos sociais.
Prémios
Como reconhecimento pela sua notável obra poética, traduzida para diversas línguas, foram-lhe atribuídos inúmeros prémios literários, tanto em Portugal como no estrangeiro, tendo ainda sido agraciado, pelo governo português, com o grau de “Grande Oficial da Ordem de Santiago da Espada” e a “Grã-Cruz da Ordem de Mérito”.
Algumas considerações literárias:
A sua obra, simultaneamente clássica e barroca, tradicional e revolucionária, deixa transparecer a influência de poetas espanhóis das décadas de 40 e 50, especialmente de Federico Garcia Lorca, cujos textos foram por ele traduzidos para português.
Para Eugénio de Andrade, o amor deve substituir permanentemente a crueldade que o ser humano demonstra pelo seu semelhante, tanto através de palavras como de ações, transformando a convivência em algo tão belo como a harmonia e a beleza da Natureza:
Nos seus poemas, é notório o significado simbólico e a ressonância mítica de certas plantas e a associação destes vegetais às diversas etapas da vida humana. A infância, por exemplo, surge representada pela amora, uma planta comum nos campos de Póvoa de Atalaia, onde o escritor nasceu e passou os primeiros anos da sua vida:
A qualidade dos textos poéticos de Eugénio de Andrade inspirou Fernando Lopes Graça a compor, em 1959, um ciclo de melodias intitulado As mãos e os frutos, baseado no livro homónimo do poeta.
Obras
Poesia
• Narciso, 1940.
• Adolescente, 1942
• Pureza, 1945
• As mãos e os frutos, 1948
• Os amantes sem dinheiro, 1950
• As palavras interditas, 1951
• Até amanhã, 1956
• Coração do dia, 1958
• Mar de setembro, 1963
• Ostinato rigore,1964
• Obscuro domínio, 1971
• Véspera da água,1973
• Escrita da terra e outros epitáfios, 1974
• Limiar dos pássaros, 1976
• Memória doutro rio, 1978
• Matéria solar, 1980
• O peso da sombra, 1982
• Branco no branco, 1984
• Aquela nuvem e outras, 1986
• Contra a obscuridade, 1987
• Vertentes do olhar, 1987
• O outro nome da terra, 1988
• Rente ao dizer, 1992
• Ofício de paciência, 1994
• O sal da língua, 1995
• Lugares do lume, 1998
• Os sulcos da sede, 2001
• Poesia e prosa (1940-1979), 1980
• Poesia e prosa (1940-1980), 1981
• Poesia e prosa (1940-1986), 1987
Prosa
• Os afluentes do silêncio, 1950
• História de égua branca, 1976
• Rosto precário Porto, 1979
• À sombra da memória, 1993
Traduções
• Poemas de García Lorca, 1946
• Cartas portuguesas (atribuídas a Mariana Alcoforado), 1969
• Poemas e fragmentos de Safo, 1974
• Dez poemas de García Lorca, 1978
• Dez poemas de Yannis Ritsos, 1978
• Federico García Lorca, Amor de Dom Perlimplim com Belisa em seu jardim, 1986
• Trocar da rosa, 1980
• Pequeno retábulo de S. Cristóvão, de F García Lorca, 1980
Como reconhecimento pela sua notável obra poética, traduzida para diversas línguas, foram-lhe atribuídos inúmeros prémios literários, tanto em Portugal como no estrangeiro, tendo ainda sido agraciado, pelo governo português, com o grau de “Grande Oficial da Ordem de Santiago da Espada” e a “Grã-Cruz da Ordem de Mérito”.
Algumas considerações literárias:
A sua obra, simultaneamente clássica e barroca, tradicional e revolucionária, deixa transparecer a influência de poetas espanhóis das décadas de 40 e 50, especialmente de Federico Garcia Lorca, cujos textos foram por ele traduzidos para português.
Para Eugénio de Andrade, o amor deve substituir permanentemente a crueldade que o ser humano demonstra pelo seu semelhante, tanto através de palavras como de ações, transformando a convivência em algo tão belo como a harmonia e a beleza da Natureza:
É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.
Nos seus poemas, é notório o significado simbólico e a ressonância mítica de certas plantas e a associação destes vegetais às diversas etapas da vida humana. A infância, por exemplo, surge representada pela amora, uma planta comum nos campos de Póvoa de Atalaia, onde o escritor nasceu e passou os primeiros anos da sua vida:
Já não se vê o trigo,
a vagarosa ondulação dos montes.
Não se pode dizer que fossem contigo,
tu só levaste esse modo
infantil de saltar o muro,
de levar à boca
um punhado de cerejas pretas,
de esconder o sorriso no bolso,
certa maneira de assobiar às rolas
ou então pedir um copo de água,
e dormir em novelo,
como só os gatos dormem.
Tudo isso eras tu, sujo de amoras.
A qualidade dos textos poéticos de Eugénio de Andrade inspirou Fernando Lopes Graça a compor, em 1959, um ciclo de melodias intitulado As mãos e os frutos, baseado no livro homónimo do poeta.
Obras
Poesia
• Narciso, 1940.
• Adolescente, 1942
• Pureza, 1945
• As mãos e os frutos, 1948
• Os amantes sem dinheiro, 1950
• As palavras interditas, 1951
• Até amanhã, 1956
• Coração do dia, 1958
• Mar de setembro, 1963
• Ostinato rigore,1964
• Obscuro domínio, 1971
• Véspera da água,1973
• Escrita da terra e outros epitáfios, 1974
• Limiar dos pássaros, 1976
• Memória doutro rio, 1978
• Matéria solar, 1980
• O peso da sombra, 1982
• Branco no branco, 1984
• Aquela nuvem e outras, 1986
• Contra a obscuridade, 1987
• Vertentes do olhar, 1987
• O outro nome da terra, 1988
• Rente ao dizer, 1992
• Ofício de paciência, 1994
• O sal da língua, 1995
• Lugares do lume, 1998
• Os sulcos da sede, 2001
• Poesia e prosa (1940-1979), 1980
• Poesia e prosa (1940-1980), 1981
• Poesia e prosa (1940-1986), 1987
Prosa
• Os afluentes do silêncio, 1950
• História de égua branca, 1976
• Rosto precário Porto, 1979
• À sombra da memória, 1993
Traduções
• Poemas de García Lorca, 1946
• Cartas portuguesas (atribuídas a Mariana Alcoforado), 1969
• Poemas e fragmentos de Safo, 1974
• Dez poemas de García Lorca, 1978
• Dez poemas de Yannis Ritsos, 1978
• Federico García Lorca, Amor de Dom Perlimplim com Belisa em seu jardim, 1986
• Trocar da rosa, 1980
• Pequeno retábulo de S. Cristóvão, de F García Lorca, 1980
Concurso Nacional de Leitura 2023
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